A capoeira na prática pedagógica na escola, foco central deste estudo, constitui expressão de vivências lúdicas numa perspectiva interdisciplinar. A cultura corporal como
linguagem contempla o cenário da vida de movimento dos praticantes. A ampliação do tempo pedagógico para novas aprendizagens sociais é o eixo central do que fazer dos atores.
Com o objetivo vivenciar a capoeira, investigar e identificar valores socioeducativos das diversas formas de manifestação cultura, a metodologia toma os princípios da
pesquisa-ação e da proposição crítico-superadora. Os resultados apontam que a prática pedagógica ganha uma dimensão dialética, contribuindo para uma práxis transformadora na
direção da formação humanizadora.
Para uma compreensão da capoeira pedagógica, no seu universo de possibilidades epistemológicas, metodológicas e aplicativas, levam-se em consideração diversas concepções de
mundo, sociedade e ser humano, na direção do pensamento e das ações. A mesma pode ser entendida como cultura corporal, uma vez que o homem produz e vive a cultura, estando a
mesma presente em todas as fases da vida, através de seus significados e utilizações. A capoeira tematizada nas aulas de Educação Física, pretende-se trabalhar os mesmo na
perspectiva do desenvolvimento e melhoria qualitativa no “gingar” da nossa prática pedagógica.
Em meio às produções no campo da cultura corporal, o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta, conteúdos específicos da Educação Física, têm em comum a representação
corporal, de expressão lúdica, de diversas culturas humanas significando a cultura corporal humana na atitude lúdica.
Ao abordar os conteúdos da Educação Física brasileira, (SOARES et al., 1992, p. 76) nos mostra que “resgatar a capoeira enquanto manifestação cultural, ou seja, trabalhar com
a sua historicidade, não desencarná-la do movimento cultural e político que a gerou”, é compromisso de nosso coletivo, “uma vez que reconhecemos e temos o prazer de reafirmar
no cotidiano de nossas vivências lúdicas a ampla riqueza de ritmos, movimentos, narrativas, impressões locais e demais elementos que se apresentam articulados no dia-a-dia de
nossas descobertas, num balançar inacabado a cada entrada nessa roda... axé”, finaliza Mestre Tatu.